segunda-feira, 1 de março de 2010

Um dia encontrei-te na rua



Um dia encontrei-te na rua e perguntei como estavas. Como sempre, disseste que estava tudo bem, mas os teus olhos diziam o contrário. Não consegues enganar-me, nunca conseguiste. Notei que havia algo errado. Não querias falar comigo, eu entendi. Mas porquê? Mais uma vez não conseguiste contar-me o que te tem vindo a atormentar. Não havia nada que eu pudesse fazer, por muito que quisesse. E, como eu também nunca consegui enganar-te, rapidamente percebeste que não me estava a sentir nada bem com aquela situação e despediste-te, dizendo que depois falavamos. Eu sabia que isso nao ía acontecer e disse-te adeus. Eu nunca digo adeus a ninguém e, mais uma vez, tu percebeste a mensagem e ficaste cabisbaixo. Virei as costas e continuei o meu caminho. Uns passos à frente, sinto uma mão tocar-me no ombro, eras tu. Sim, eras tu, e nesse momento o meu coração voltou a bater a mil à hora, como há já muito tempo não batia assim. Nem foi preciso mais nada, abraçaste-me com toda a tua força e disseste: "Nunca mais voltas a dizer-me adeus". Já nem parecias a mesma pessoa que há minutos eu tinha encontrado na rua, nem parecias o mesmo a quem perguntei se estava tudo bem e que respondeu que sim, mas os seus olhos disseram que não. Foi preciso perceberes o quanto me magoa o facto de não confiares em mim para essa dor que há dentro de ti se soltar cá para fora. Sempre disse que o melhor método para aliviar a dor é o desabafo. No fim, respiraste fundo e disseste: "Tu fazes-me bem, obrigado". Sabes como me senti nesse momento? Senti-me especial e tinha o coração a rebentar de tanto pulsar. E sabes o que pensei nesse momento? Pensei que foi o destino que nos cruzou ali naquela rua e foi aí que te prometi que nunca mais te diria adeus.


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