segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

MÃE.



"Não chores, ainda vais ser muito feliz!". Ficaste a noite toda ao meu lado e deste-me a tua mão até me acalmar e acabar por adormecer. Estava completamente de rastos. Esperei e desesperei por aquele gesto teu, porque no fundo eu sabia que só tu tinhas a capacidade de me reconfortar naquele momento. És sempre tu, sempre foste.
Foi a primeira vez que te ouvi dizer "Estou carente, hoje sou eu que preciso de um abraço"; e eu abracei-te com todas as minhas forças, as que restavam. Gostava de conseguir transmitir a mesma força e a mesma energia que tu transmites tão bem. Abracei-te e tu voltaste a encarar a vida como sempre o fizeste, não há dor que te faça desmoronar, parar, cair, vacilar, nada. És uma verdadeira heroína, a Super-Mulher da minha vida.
Depois há o teu olhar, triste, cansado, vazio, acabado. Mas é tão normal, tu já passaste por tanto, tanto. Dor e sofrimento são palavras que, infelizmente, vivem contigo, dia-a-dia. Nunca pensas em ti. É sempre neles, em mim, nos outros. Ajudas quem aparecer, este, aquele, seja quem fôr. Na tua vida apareces sempre em último plano, e isso não é coisa que te incomoda.
Fazes tanto por mim e o que te dou em troca é tão escasso. Não sou a pessoa que queria ser. Tenho tanto orgulho em ti e desejava que tivesses o mesmo orgulho em relação a mim. Mas é tão difícil, ninguém consegue assemelhar-se ti, ao ser excepcional que és.
Gosto tanto de ti e acho que não tens noção disso, não o sei demonstrar. Gostava que soubesses que és a pessoa mais importante da minha vida, estás acima de tudo e de todos, és quem mais amo.
Um dia deixarei de chorar. E ainda serei muito feliz, por ti, MÃE.

Rita Oliveira

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