quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Mãe.

Um som no vazio sombrio que me arrepia e me puxa a memória. Ouço gritos, vejo destroços como se fossem reais, chovem lágrimas e trovejam gritos. Terá o Apocalipse invadido o meu espaço, o que é meu, num momento tão sinistro? Vejo uma luz branda no fundo daquele vazio negro, uma pequena luz que se aproxima e aquece (...) aumenta e aumenta. Ouço um barulho ensurcedor e aquela visão destruidora que continua a aumentar começa a desfocar...
a abrandar, a abrandar.
O lume está vivo e cega com as suas labaredas a negatividade daquele momento incompreendido. O lume toca-me nas mãos mas não me queima.
Abro os olhos que brilham incandescentes e ouço:
"-Acorda filha."
Corre uma lágrima da minha alma, abraço-a e digo:
"-Não te perdi mãe".

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